Indústria coreana usa fórmula de ensaios exaustivos de Michael Jackson
Por Ana Martiniano

Lee Taemin, do grupo SHINee, é o artista coreano que mais se inspira em Michael
O Kpop, música popular coreana, vem chamando atenção desde que a grudenta Gangnam Style, do cantor Psy, ganhou as rádios e as pistas de dança no mundo todo em 2012. Desde então, a indústria musical popular coreana disparou, grupos novos surgem todos os anos.
O coordenador do curso de línguas coreanas, Douglas Passos, 22, teve o seu primeiro contato com o Kpop, em 2012, e foi por acaso, quando assistia a Animes japoneses. O que chamou atenção, segundo o estudante de marketing, foi a junção de música com batidas contagiantes, letras e refrãos ‘chicletes’ e a megaprodução das bandas.
O grupo favorito de Passos foi o grupo feminino 2NE1, extinto no ano de 2016. Aos 15 anos, formou um grupo cover que ensaiava exaustivamente para apresentar coreografias idênticas as dos grupos sul-coreanos em apresentações específicas. Em 2017, por falta de tempo, abandonou a dança e passou a organizar eventos de Kpop. Hoje sua atenção se volta para os grupos LUNA e DAY6, ambos do meio Kpop.
MJ influenciou a formação dos ídolos do Kpop
A morte do cantor Michel Jackson, rei do pop, completa dez anos em 2019. A genialidade do astro deixou marcas em todo cenário pop mundial. As bandas coreanas se aproximam do estilo do cantor nos exaustivos ensaios que duram mais de 4h, diariamente.
“Os ídolos, diferente do Brasil, são criados como produtos, eles são treinados desde criança para serem artistas, no contrato relacionamentos públicos não permitidos. Aulas de dança, canto, idiomas e tratamento estéticos são financiados pelas empresas por até três anos”. Completa Douglas.
O contraste do cantor norte americano dos jovens coreanos é a espontaneidade e talento genuíno, Michael tinha apenas cinco anos quando dançava profissionalmente no palco do famoso Apollo, casa de shows no Harlem, NY, primeira a receber o grupo Jacksons 5, formado por cinco dos irmãos Jacksons.
Kpop é sonho profissional de muitos jovens coreanos, que aparentemente não se incomodam com a pressão dos bastidores. Houve suicídio entre os componentes, a pressão dos agentes faz parte do cotidiano de que passa na seleção.
O pequeno Michel passou por isso, seu algoz era o próprio pai, Joe Jackson morto em 2018, ao reconhecer o talento do filho de apenas 5 anos, exigia ensaios durante horas todos os dias, treinavam a base de golpes de cinto.
O rei do pop não teve infância, não dormia como uma criança de sua idade deveria, pois o grupo tinha uma agenda noturna cheia. O protagonista da banda desenvolveu problemas psicológicos e teve uma vida exótica e conturbada.

Douglas no show da banda coreana DAY6
Foto: Facebook Douglas Passos