ONG pernambucana busca ambientar refugiados ao chegarem no Brasil
Por Arthur Bôa
Em Olinda, Pernambuco, Tatiana Timóteo, que sempre foi engajada em projetos sociais, criou a “Heal the World” (Cure o Mundo). Ela, após anos sendo voluntária de diversos tipos de trabalho, ela teve o desejo de auxiliar refugiados de alguma forma, criou coragem e iniciou sua própria organização.
- Eu sempre me envolvi com essa área de trabalho social voluntário e há cerca de cinco anos eu abri minha casa para receber um grupo de italianos que veio até Olinda para dar aulas de educação ambiental. O tempo passou e eu percebi: se eu consegui abrigar um grupo de pessoas que vieram preparadas, eu preciso conseguir receber a quem necessita - conta Tatiana.
A partir da doação de uma mesa, um computador e uma pequena sede, que passa por graves problemas estruturais, Tatiana iniciou a “Heal The World”, que tem nome inspirado no sucesso de Michael Jackson. Em sua música, que leva o mesmo nome, o cantor americano tenta fazer um apelo para que todos os seres humanos ajudasses a “curar o mundo”. E Tatiana conta como vem ajudando neste propósito.
– A nossa intenção é dar apoio aos refugiados e acho que este sempre foi meu grande sonho. É para pessoal que está chegando. Porque a tendência é piorar, infelizmente. O básico que fornecemos é a aula diária do idioma para que, quem chegou, não se sinta tão perdido. E ajuda de como se portar nas entrevistas e análise do currículo. Porque não é porque você está fugindo com duas peças de roupas que você não tem uma bagagem profissional. E aprender o idioma dificulta o que a gente chama de trabalho escravo” - explica a dona do projeto.
Crédito: Tatiana Timóteo/HTW Brasil
Hoje a Heal The World serve como uma espécie de ponte entre voluntários, inclusive os que cedem espaços em suas casas para abrigar refugiados, e os próprios. A equipe funciona com quatro pessoas, que fornecem a eles desde aula de português e ainda se prontificam para auxiliá-los com algum tipo de dificuldades na ambientação.
Entretanto, diante do cenário de pouco investimento e cortes na educação, a fluência em línguas estrangeiras enfrenta dificuldades até mesmo no setor privado. Apesar de ter seu auge ainda voltado para o futuro, a organização tem outros projetos sociais desenvolvidos sob a mesma temática, mas esbarram nas barreiras da crise do presente.
– Com o passar dos meses e anos, eu já tinha os principais planos: projeto de música, de esporte e meio ambiente. E eu me senti atuando naquela música. Sempre brincava que tudo começou quando Michael Jackson criou aquela música. Mas faz um mês que estamos sem a nossa sede que, literalmente, desabou e agora estou na casa de uma amiga, que nos ajudou cedendo o espaço – lamenta a criadora do projeto.
