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Covers espalhados pelo Rio contam a vida de como é ser o Rei do Pop

Rodrigo Teaser, cover oficial do Michael Jackson

Por Gabriel Otsuka

 

Marcelo Jackson, um dos covers espalhados pelo Rio de Janeiro, é um dos exemplos de pessoas apaixonadas pelo Michael Jackson. Com 22 anos, morador de Duque de Caxias e trabalhador, o jovem contou um pouco da sua paixão pelo astro e de como isso virou também a sua profissão.

Mesmo após a morte do Michal Jackson, suas músicas e danças continuam a rodar o mundo. Spotify, Youtube, Apple Music, nada disso transmite mais paixão do que os covers aficionados pelo Rei do Pop. Espalhados pelo mundo, suas homenagens vão de alguns muito famosos, “mega shows”, calçada da fama até apresentações sem muito público nas ruas do Rio de Janeiro. Nada disso diferencia o que eles sentem e expressam em cada movimento pelo Michael.

- Desde que eu me lembro, eu já era apaixonado por ele. Quando era adolescente escutava as músicas dele quase todos os dias O jeito que ele dançava e cantava ao mesmo tempo, eu acho que não tinha nem tem igual até hoje. Era algo mágico. Para mim, ele é o maior de todos os tempos – disse Marcelo.

Alguns covers muito famosos conseguem manter, na mídia, o nome do astro vivo. Rodrigo Teaser é um exemplo. O brasileiro, que já recebeu um convite do próprio Michael Jackson para se apresentar para ele, tem o nome no patamar mais alto de covers. Com shows grandiosos e ajuda na coreografia do LaVelle Smith, coreografo e bailarino do astro durante 23 anos, é possível acreditar, por alguns instantes, que estamos diante do verdadeiro Michael Jackson. Com nove anos já imitava o MJ em programas de TV infantis. Mas nem todos os covers conseguem chegar no mesmo nível. 

Felipe Jackson, outro cover, de 25 anos, que se apresenta em Madureira, mantém o nome do Rei vivo no dia a dia, nas ruas, sem o glamour, mas com a mesma paixão. Nem todos conseguem lucrar e construir uma vida em volta da sua paixão. Sem palcos que custam centenas de reais, sem roupas caras, apenas com o que de mais próximo ele consegue apresentar com o salário do seu trabalho.

- Eu não consigo me sustentar apenas como cover. Infelizmente não consigo sustentar a minha vida com isso. Além de me apresentar, eu também trabalho em uma lanchonete. Nem todo mundo que para e me vê apresentando bota a mão no bolso e dá algum dinheiro. Mesmo assim sigo fazendo isso no meu tempo livre e em algumas apresentações na Lapa. Quem sabe um dia eu não consigo me apresentar em algum lugar grande, né? Eu tenha uma oportunidade única dessa. Até lá eu me apresento onde dá e sigo feliz – disse Felipe

                                   

Morte não só fortaleceu como definiu

 

A morte do Michael Jackson, apesar de trágica, fortaleceu a paixão desses dois artistas pelo Rei do Pop. Depois que ele morreu, seus álbuns não pararam de vender e nem suas músicas no Youtube pararam de crescer, em número de visualizações. Para  Felipe, a morte de Michael foi crucial para revelar a sua principal paixão.

- Anos depois dele morrer, a minha paixão pela sua música e por ele continuou. Aí me dei conta que talvez eu pudesse virar cover. Não foi algo fácil de decidir, porque precisava ganhar dinheiro. Mas mesmo assim eu segui em frente e hoje estou aqui. Não sou rico (risos) – disse Felipe.

Para alguns, a morte de alguém motiva e define o futuro da pessoa. Já para os apaixonados por Michael Jackson poderia levar a vida dele pode levar alguém a profunda tristeza. Felizmente, para outras pessoas a morte de ídolos pode guinar e iniciar o caminho. Para Marcelo não foi diferente, o cover conta uma história de que, talvez, se não fosse a morte do Astro ele não seria hoje cover.

- Eu fiquei bem triste depois que ele morreu. Eu era muito jovem e quando você é pequeno você não consegue entender algumas coisas. Aí a falta de ver ele dançar e cantar que me motivou fazer o que eu faço. Não sei quantas horas já perdi vendo ele dançar para tentar fazer igual. É um pouco difícil (risos), mas as pessoas gostam e eu fico feliz – disse Marcelo.

                                                

Adeus ou um até logo

      

Até hoje, de forma irônica ou não, existem teorias de que ele está vivo. Seja em um vídeo da filha em que a sua voz teria sido ouvida ou junto com Elvis. Para quem ama um ídolo pode parecer que ele ainda esteja aqui.

- Apesar de todo mundo saber que ele morreu, eu acredito muito que algo dele ainda esteja aqui. Eu lembro que quando ele morreu foram semanas de matérias sobre ele. Isso mostrou o tamanho dele para mim. Não tinha muita ideia do tamanho dele. – disse Marcelo.

Para Felipe, foi um pouco diferente. De acordo com ele, o que ele mais lembra não foi descobrir o tamanho do ídolo e descobrir como alguém que dança e canta poderia ter tanta importância para o mundo.

- Eu tinha 15 anos e foi algo assustador. Minha realidade era de crescer, trabalhar e futuramente me sustentar. Não tinha ideia de que alguém como ele tinha tudo o que ele tinha e fosse tão respeitado por gente importante – disse Felipe.

Apesar de muitos acharem que ser cover é brincadeira, Marcelo e Felipe definem como uma vocação e um trabalho para corajosos. Para Marcelo: “Ser cover pra mim é viver, por algumas horas, na pele do meu ídolo”. Já para Felipe, “Sentir na pele, mesmo com algumas pessoas não levando a sério o que é ser um artista de verdade”.

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